Wednesday, December 17, 2008

Acaso ou necessidade?

Nada melhor do que uma situação de crise para provocar profundas reflexões sobre suas conseqüências, especialmente o que poderia ser evitado. Claro que o passado nos ensina a ver o futuro, mas acima de tudo nos ajuda a estar preparados para nao cometer os mesmos erros. Pois então, estamos vivendo agora o momento da reflexão da atual crise financeira que assola o mundo, ou seja, olhar para trás para entender o que aconteceu, e planejar melhor o futuro.

Muitas empresas estão se antecipando e fazendo uma limpeza em seus quadros através da eliminação de gente – em muitos casos não de posições – para acomodar-se a nova realidade. Ha uma confusão, talvez premeditada, entre crise financeira e crise na empresa, ou seja, muitas empresas estão aproveitando a situação da crise de mercado para redefinir seus quadros de pessoal.

Outro ponto que acredito ser inevitável de agora para adiante é a revisão dos salários. Não dá para seguir com o nível insano de remuneração, em especial para os altos executivos, ate então em pratica no mercado. Alem de salários astronômicos o grau de liberdade dado a muitos executivos causou enormes prejuízos para muitas empresas, com isso, é inevitável que estas busquem formas de fechar estas brechas.

Alem de reduzir salários, a forma de remuneração também deve ser revista, desestimulando estes profissionais a buscarem alternativas de mostrar resultados, nem sempre consistentes, o que pode levar a surpresas desagradáveis. A transparência da gestão devera ser o ponto nevrálgico para muitas organizações, e a confiança nos gestores jamais será a mesma, portanto, os gestores deverão de adaptar a nova realidade de serem constantemente questionados e estarem preparados para responder com transparência e firmeza.

A tendência até então de contratar profissionais com menos de 40 anos para posições estratégicas, certamente também passará por ajustes, uma vez que profissionais, mais experimentados, sabem lidar com maior facilidade com situações de crise. Em geral, profissionais na faixa dos 50 ou 60 anos de idade, vivenciaram diversas crises, por isso, trazem na bagagem conhecimento empírico o que os credencia primeiramente a melhor avaliar risco e depois habilidade para enfrentar dificuldades.

Como se observa além da restrição ao crédito existem outras conseqüências que a atual crise financeira dos mercados globais ainda terão que enfrentar, algumas delas bem pouco previsíveis ha alguns meses. As mudanças no topo da pirâmide das empresas serão inevitáveis no curto espaço de tempo, de maneira a permitir a readequação com a nova realidade. Não se trata de acaso apenas de necessidade. Por Luiz Alves/HSM

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