O mercado vem sempre se reformatando, pois as pessoas, lógico, querem consumir mais e melhor. Sempre foi assim e sempre será, isso não mudará nunca. Sendo assim, temos pessoas da classe média-alta que aspiram e eventualmente consomem marcas luxuosas, seja em um sapato, uma bolsa, uma cerveja, cosméticos ou mesmo um perfume de griffe (estes últimos, aliás, são responsáveis pelo maior volume de faturamento das maisons).
O Brasil é um dos maiores consumidores de artigos de luxo do planeta, e não apenas quando comparamos em valores relativos a renda ou algo assim: os brasileiros estão entre os maiores gastadores em termos absolutos, em dinheiro mesmo. O mercado de luxo movimentou US$ 3,9 bilhões no Brasil em 2006. O número de milionários cresceu 10,4%: são 120,4 mil pessoas com patrimônio superior a US$ 1 milhão. O mais importante, contudo, é que os clientes estão mais exigentes do que nunca. Nos últimos anos uma expressão personificou esse movimento, o "masstige", contração das palavras inglesas mass (massa) com prestige (prestígio). Ou seja, a massificação do prestígio traduzida em produtos diferenciados a preços mais acessíveis.
Um bom exemplo disso é o do grupo cervejeiro Schincariol, dono de um faturamento de R$ 3,65 bilhões, e que recentemente passou a atuar no segmento premium. A empresa sediada em Itu, interior de São Paulo, tinha só três marcas, Nova Schin, Primus e Glacial, nenhuma delas voltada para o público de alta renda. Desde o início do ano, isso mudou. Em janeiro, ela comprou a Baden Baden, cervejaria de Campos do Jordão, em São Paulo, partiu para cima da Nobel, uma respeitada marca do Nordeste, em maio, e, em julho, abocanhou a Devassa, a badalada marca carioca com produção artesanal e 14 bares próprios - 13 no Rio e um em São Paulo.
O consumidor popular, de baixa renda, classe C, D e E, também está mudando muito rapidamente, está mais informado, por causa da publicidade e da tecnologia em geral (computador hoje não é mais luxo da classe média, quase todo mundo tem acesso, se não em casa, na escola ou na casa do amigo).
Ele também quer ascender socialmente e começa a entender o jogo do consumo, pois já fez muitas compras equivocadas, já sabe que marcas baratas não fazem milagre, ou seja, não dá para ter uma qualidade lá em cima em um produto muito barato. Com isso o mercado fica mais exigente e teremos sempre produtos com mais qualidade e que atendam bem as nossas necessidades.
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