Wednesday, September 24, 2008

Conflito é como colesterol (e é fundamental para inovar)

“I love you but I don’t like you all the time.” (Traduzindo: eu amo você mas não gosto de você o tempo todo.) Essa consciência absurdamente lúcida vem de um garoto de uns 2 ou 3 anos de idade (confiram abaixo) e, para mim, ele resumiu um dos grandes segredos da vida. Se nós realmente entendêssemos isso, saberíamos encarar –e superar– os conflitos mais naturalmente.



Tudo a ver com um artigo que saiu na HSM Management Update, O Conflito Saudável Deve Ser Encorajado, com Michael Feiner, professor da Columbia Business School e autor do livro “The Feiner Points of Leadership”. Feiner diz que os gestores e as empresas precisam tratar o conflito destrutivo e o produtivo assim como as pessoas tratam o colesterol ruim e o bom. Explicando as diferenças entre os conflitos (o ruim está relacionado com busca de poder e inveja; o bom, com troca de idéias), ele sugere como desestimular o ruim e incentivar o bom. O incentivo deve passar a mensagem “Eu quero suas idéias. Eu quero discordância. Eu quero ser desafiado”, como se propõem a fazer as quatro medidas a seguir:

Evite emitir sua opinião muito cedo em uma discussão –as pessoas só darão suas idéias se se sentirem confortáveis desafiando o líder.

Perceba quando um ou mais dos participantes do debate silenciam de repente. É preciso perguntar-lhes o que estão pensando.

Designe alguém para fazer o papel de “advogado do diabo” nas questões; isso certamente aquecerá a troca de idéias.

Adote o método dos post-its ”divergência/convergência”. Os participantes de uma discussão escrevem em post-its o que eles consideram ser as três questões-chave nela. As notinhas são coladas na parede em um layout que revele onde há consenso e onde há discordância.Essa abordagem assegura que todas as opiniões sejam levadas em conta, segundo o professor.

Em suma, se você, gestor, quer de verdade ter inovação na sua empresa, precisa querer conflito também. Mesmo isso indo contra a essência da brasilidade cordial que todos herdamos. Mas basta se lembrar do que o menino falou. Por Adriana Salles Gomes/HSM

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