Muito se fala sobre inovação nos ambientes empresariais, no entanto ao analisar detalhadamente o assunto constatamos que além de fazer parte de discursos bonitos da maior parte dos lideres, bem pouco tem se criado no sentido de inovar. Isso tem levado ao desgaste do termo inovação, gerando, assim, uma barreira extra para colocar em prática iniciativas que permitam gerar importantes diferenciais competitivos no meio empresarial.
Mas devemos lembrar que a inovação é feita por pessoas, portanto, a consciência de inovar deve partir dos indivíduos. Obviamente as empresas que puderem criar mecanismos de estimulo a criatividade se beneficiarão dos resultados obtidos através desta que é à base da inovação. Neste sentido, o Brasil leva interessante vantagem, dado que a cultura do país permite construir e alavancar relações entre pessoas, como conseqüência facilita o estabelecimento de ambiente inovador.
Não quero dizer que a criatividade é o único elemento responsável pela inovação, mas não tenho a menor dúvida que a criatividade é o combustível necessário para inovar, por isso, acho importante focar nesta vertente. Um ponto fundamental é que o desenvolvimento da criatividade requer o abandono da zona de conforto, de maneira a propiciar a libertação dos bloqueios que impedem o pleno uso da capacidade mental.
Com este enfoque, vejo surgir a primeira grande barreira, que é a continua perda de criatividade inerente ao amadurecimento na maioria dos seres humanos. Parece que com o passar do tempo, sofremos transformações - e para pior - no quesito criatividade. No livro “Ponto de Ruptura e Transformação”, George Land relata os resultados de testes realizados por um grupo de 1.600 jovens nos Estados Unidos. O estudo teve como base os testes aplicados pela NASA para seleção de cientistas e engenheiros. O primeiro teste foi feito quando as crianças tinham entre 3 e 5 anos e 98% apresentaram alto índice de criatividade. Aos 10 anos o mesmo grupo foi submetido a um novo teste e este percentual caiu para 30%, sendo que em novo teste aos 15 anos, somente 12% mantiveram um alto índice de criatividade. Teste similar foi aplicado a mais de 200.000 adultos e, pasmem somente 2% se mostraram altamente criativos.
Isto vem demonstrar que somos educados para não ser criativos, ou seja, a criatividade nada tem que ver com a idade, mas com os bloqueios mentais criados ao longo de nossa vida. Em claras e sonoras palavras, a família, a escola e as empresas têm tido êxito em inibir o pensamento criativo. Isto nos permite entender porque empresas de grande sucesso como a Microsoft e o Google, estimulam a criatividade, inclusive introduzindo elementos lúdicos em sua decoração e ambiente de trabalho.
Isto quer dizer que se as empresas contratarem uma porção de crianças para trabalhar o resultado seria bom? Claro que não, primeiramente porque a lei não permite, mas podemos deixar aflorar o que as crianças têm de melhor no quesito criatividade. Estudos mostram que nossas habilidades criativas podem, em boa parte, serem recuperadas, e isto pode se dar de diversas maneiras.
A criatividade requer que você se desafie continuamente e esteja preparado para confrontar a sabedoria convencional. Portanto, quando você se tornar um especialista, mude-se. Em especial, dedique-se a algo para o qual você não foi treinado. Falar com pessoas que não pertencem ao seu circulo profissional também ajuda a abrir o angulo de visão e provocar mudanças de paradigmas. Identificar uma habilidade extra-profissional também te ajudará muito a interpretar as oportunidades de maneira diferente.
Particularmente creio que o universo das artes propicia uma experiência de criatividade cujo limite literalmente é o céu. Pessoas que deixam aflorar algum componente artístico se tornam muito mais criativas, como conseqüência, se tornam mais felizes e inovadoras.
Finalmente você deve ter habilidade para vender suas idéias, especialmente as mais inovadoras. Muitas vezes as idéias inovadoras parecem loucas à primeira vista, por isso é importante que você tenha a habilidade e persistência para persegui-las, pois as idéias malucas se mantêm malucas se elas não conseguem sobreviver a uma avaliação crítica. Além disso, é bom lembrar que grandes problemas raramente são solucionados na primeira tentativa, por outro lado você não pode seguir tentando e errando para não cair no descrédito. Há que ser ter sabedoria para fazer uma pausa e avaliar o que está errado, e ter a coragem de modificar o rumo, caso seja necessário. Por Luiz Alves/HSM
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