Resposta muito simples e objetiva: tudo!
Nenhuma atividade é tão implacável com a criatividade como a de artista, qualquer que seja a vertente explorada. O indivíduo revela-se em tudo o que faz; através da pintura, da dança, da música, das letras, do teatro, exteriorizando sentimentos, idéias e emoções.
A natureza inquietante e sonhadora do artista contrapõe-se, freqüentemente, à realidade prática, utilitária e objetiva. Motivada por profundas vibrações interiores, a sua forma de pensar, divergente e inovadora, pode contribuir para a criação de novos modos de agir, sentir e conceber. Portanto, a arte mostra-se como um remédio eficaz para a falta de criatividade e inovação que permeia muitas organizações nos dias atuais.
O desafio é como estimular as pessoas a se tornarem criativas se tudo que conhecemos leva justamente ao contrário. O sistema educativo tradicional estimula predominantemente o pensamento convergente, lógico e objetivo, baseado na observação, em detrimento da imaginação criativa, que é própria do pensamento divergente, intuitivo e subjetivo. Penso que de alguma maneira a educação deveria permitir o equilíbrio entre a mão e o espírito, entre o fazer e o ser.
A criatividade tem o seu ponto alto na expressão, e como a expressão oscila entre a regra e a emoção, a norma convencional e a inovação, compete a cada um encontrar a forma de expressão que melhor se adapta às suas capacidades físicas e psíquicas. Neste sentido, talvez seja interessante olhar o que acontece com as crianças que via de regra são muito mais criativas que os adultos e a explicação talvez seja porque a criança não conta com o senso critico dos adultos.
Através da livre expressão, a criança projeta-se no que faz. Portanto, se a expressão livre permite desde a infância revelar o ser, com todas as suas potencialidades criativas, a sua prática continuada ajudará a desenvolver a personalidade, intensificando fenômenos subjetivos, como a sensibilidade estética e a imaginação. Isto significa que, na prática, todo artista incorpora um pouco de criança no seu espírito, parafraseando Arno Stern, “A Arte não entra na criança; sai dela”.
A obra de arte é talvez o mais eficaz mecanismo de compreensão do que é a expressão desenvolvida e inteiramente assumida pelo artista, que possibilita revelar a sua maneira de ser, assim como sua maneira de sentir e de pensar. Como o artista é livre para se expressar, ele se vê estimulado a experimentar, e com isso amplia o seu angulo de visão na busca de novas linguagens. Portanto, no plano artístico, a expressão, além de profunda, é inovadora, contribuindo para novos modos de pensar, sentir e agir.
Como todos os indivíduos são potencialmente criativos, a criatividade pode estimulada através de experiências que estimulam o pensamento divergente que, ao contrário do pensamento convergente, aceita várias soluções possíveis. Além disso, o pensamento divergente é capaz de desenvolver relações entre fatos nunca anteriormente percebidos, e com isso, produzir novas formas de resolver os problemas. Outro ponto não menos importante é que o artista, em geral, é muito mais adicto ao experimento, fato que também permite criar soluções de maneira muito mais criativa, além de naturalmente encarar os erros como forma de aprendizado.
Buscando estimular a criatividade no ambiente corporativo, muitas empresas, tem focado ações que estimulem os funcionários a se envolverem com algum tipo de arte, que vão desde concursos de pintura, literatura, fotografia, até a formação de bandas de músicas, orquestras, corais e grupos de dança. Está mais do que comprovado que a capacidade de improviso de uma banda de jazz, o sincronismo e sensibilidade desenvolvidos pelos membros de um coral ou orquestra, ou o equilíbrio emocional trazido por uma aula de dança propiciam o desenvolvimento intelectual e criativo do grupo, assim como desenvolve a capacidade de trabalho entre os membros.
Portanto, a pessoa que tem planos de se iniciar no universo das artes, deve identificar algum tipo de atividade artística que te traria prazer e se engajar de maneira natural. Não é aconselhável definir objetivos agressivos, pois estes tão somente gerarão estresse e em pouco gerando frustração e levando a pessoa a desistir de seguir adiante. Aprender algo novo exige dedicação e disciplina, por isso, se você não reúne as condições de tempo e a flexibilidade necessária é melhor se re-organizar primeiro e depois iniciar estas atividades. Antes de mais nada, é importante que você saiba que a arte acima de tudo exige paixão.
(via http://blog.luizalves.net/)
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