Tuesday, September 15, 2009

Crise? Que crise? Viva a crise!



As crises são necessárias! As crises são ótimas oportunidades de progresso! Podem parecer estranhas estas duas sentenças quando tantas empresas quebraram, uma multidão de pessoas perdeu o emprego e investidores viram suas fortunas evaporarem. Infelizmente, as crises são mesmo necessárias e, pior, sua ocorrência é inevitável de tempos em tempos.

As corporações são sistemas complexos adaptáveis às circunstâncias e se assemelham aos organismos vivos, e como tal não são como máquinas. Por ser um organismo vivo, as corporações estão igualmente sujeitas às leis da natureza. Para simplificar a idéia, vamos nos contentar com a menção de apenas três leis fundamentais que a natureza e as corporações compartilham: 1) o equilíbrio é sempre morte; 2) a inovação ocorre na iminência do caos; e 3) a auto-organização ocorre naturalmente.

Explicando melhor: o equilíbrio traz a morte porque um sistema vivo em estado de equilíbrio é menos reativo às mudanças que ocorrem a sua volta. É aquela conhecida fábula do sapo colocado dentro da chaleira com água. Ele não se apercebe que a água vai lentamente aquecendo e então morre cozido sem reagir. Assim é com as empresas líderes de mercado que dão pouco ou nenhuma atenção aos emergentes competidores que surgem do nada e abocanham fatia importante do mercado.

A inovação normalmente ocorre diante da séria ameaça do caos, da destruição repentina e sem aviso prévio quando, então, é necessária a descoberta de novas soluções para superar os problemas apresentados.

E, por último a auto-organização funciona como um experimento em que os componentes do sistema, no caso as corporações, se reestruturam criando novas formas de atuar que emergem do tumulto.

A lição que se tira é que o caos, as crises são necessidades a forçar o aperfeiçoamento das corporações, dos governos, da sociedade em geral. Da mesma forma que a natureza, as corporações devem reagir quando necessário, aperfeiçoando seus métodos e atitudes.

Fica, então, aqui o alerta: é necessário saber aonde se quer chegar para descobrir o melhor caminho. Voltando à teoria do caos necessário, convido os leitores a considerar que as crises podem ser vistas como um mal necessário a promover a ruptura do equilíbrio e produzir as mudanças tão necessárias à revitalização do sistema.

Em verdade, crises são nichos de oportunidades para todos aqueles que têm a capacidade de enxergar onde elas estão. A turbulência dos mercados serve para chamar atenção sobre a importância de planejar o futuro corrigindo, no presente, a trajetória a seguir. O maior desafio é encontrar a ordem em meio ao caos.

As crises servem para depurar, para separar os bons dos maus, os capazes dos incapazes. Os maus se dão mal; os bons se dão bem. Se você perdeu o emprego por causa da crise financeira que se abateu sobre o mundo globalizado, não se desespere. Pare, respire fundo e reflita se as suas competências são aquelas desejadas pelo mercado. Pode ser que você precise repaginar as suas credenciais para se manter competitivo e assegurar a empregabilidade nesses tempos de escassez de oportunidades. Via Julio Sergio / HSM

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