Wednesday, May 6, 2009

50 Cartas de Amor de Todos os Tempos



Para sempre é um livro de cartas. Cartas? Se a internet, o e-mail e os sites de relacionamento aproximaram as pessoas, democratizaram o conhecimento e diminuíram o mundo, cobraram no mínimo o preço de extinguir uma atividade que, em certas mãos, tornou-se ao longo da história uma verdadeira arte: escrever cartas. Cartas são diferentes de e-mails não por serem escritas no papel. Mas porque são escritas no papel, que tem de ser devidamente escolhido, além de reter de certa forma o contato com a mão que escreve; e porque são escritas à mão, cuja letra revela a idade, o sexo, a cultura, o estado de espírito do autor; e porque são escritas no isolamento e na distância, tornando-se um monólogo sensível e elaborado que deve, porém, ter em vista ser parte de um diálogo lentamente em construção; e porque, enfim, se tornam parte de quem as escreve (levando às vezes perfumes, às vezes lágrimas) e de quem as recebe. Certas cartas eram guardadas ao longo de toda a vida. E certas cartas são guardadas ao longo da história.

É o caso das escolhidas para integrar este livro. Todas traduzidas diretamente por vários tradutores, e reproduzindo conteúdos fac-similares, como os desenhos de Maiakóvski, além de trazerem pequenas notas sobre o autor – ou autora – e notas que esclarecem nomes e circunstâncias citados. Todas elas exemplos (e todas exemplares) daquele que foi o gênero supremo entre os inúmeros tipos de carta: a carta de amor. “‘As cartas fazem viver o amor’, já dizia o Conde de Bussy-Rabutin no século XVII. E foi em busca dessas cartas que reavivam o amor, que (re)acendem a chama da paixão, que este livro foi organizado”, esclarece a “nota do organizador”. “As cartas mais recentes predominaram sobre as mais antigas. Assim, a maior parte da coletânea se concentra nos últimos três séculos do milênio passado. Também procurou-se equilibrar as cartas em língua portuguesa e aquelas em línguas estrangeiras. Dessa forma, o leitor poderá encontrar não só cartas de autores brasileiros ou portugueses, mas também cartas originalmente escritas em latim, francês, inglês, entre outros idiomas”. A lista de autores fala por si: Cícero; Plínio, o Jovem; Tsui Inging; Henrique VIII; Sra. Shigenari; Voltaire; Beethoven; D. Pedro I; Victor Hugo; Musset; Chopin; Gonçalves Dias; Machado de Assis; Eça de Queirós; Rui Barbosa; Cruz e Sousa; Olavo Bilac; Franz Kafka; Gibran Khalil Gibran; Augusto dos Anjos; Fernando Pessoa; Katherine Mansfield; Antonio Gramsci e Maiakóvski.

No comments: